quinta-feira, 16 de julho de 2009

Baixinho não teve regalias enquanto esteve detido

Romário sempre teve regalias nos clubes que defendeu no Rio. Fazia quase tudo o que queria no Vasco, Flamengo e Fluminense, com o aval dos dirigentes. Nos últimos dois dias, porém, ele voltou a ser igual aos outros, pelo menos perante a lei. O ex-jogador não recebeu tratamento diferenciado na 16ª Delegacia de Polícia, localizada na Barra da Tijuca, para onde foi levado na tarde de terça-feira, após ser detido por não pagar pensão alimentícia dos filhos Moniquinha e Romarinho, e de onde só saiu na tarde de ontem.
Romário passou 22 horas na delegacia. Ele só foi solto após pagar os dois meses que devia de pensão dos filhos Romarinho, de 15 anos, e Moniquinha, de 19 anos - ambos frutos do seu casamento com Mônica Santoro de Carvalho, que acabou em 1995. Para conseguir a liberdade, o ex-jogador depositou R$ 89.641,44 na conta da ex-mulher, que tinha aberto processo em maio.
Astro do futebol mundial, com o título da Copa de 94 no currículo, Romário passou a noite na cadeia. Como seu advogado não conseguiu a liberação judicial ainda na terça-feira, o ex-jogador ficou numa minúscula sala trancada e sem grade, junto com outros dois homens detidos pelo mesmo problema. Ele teria deitado no chão, em cima de um pano, para descansar, mas não conseguiu dormir.
Ainda na noite de terça-feira, um amigo de Romário, conhecido como Pica-Pau, levou um prato de costela para que o ex-jogador pudesse jantar, mas foi barrado na porta da 16ª DP. Segundo o delegado titular Carlos Augusto Nogueira, o astro teria ficado muito irritado com essa proibição, mas ele não teve nenhuma regalia na delegacia.
Na manhã de ontem, Romário comeu um pão doce, oferecido pelo amigo Batata. “Ele não teve regalia aqui. Estava cansado e debilitado”, disse o delegado, explicando que o ex-jogador só não foi trancado na cela porque as duas existentes na 16ª DP estavam ocupadas por assaltantes e mulheres.
Romário só deixou a delegacia por volta das 15h de ontem, quando, cercado pelos jornalistas, até soltou um sorriso - apesar disso, não deu declarações. Ele seguiu, então, para o Fórum da Barra, onde participou de audiência com o juiz Antônio Aurélio Abi-Ramia Duarte, da 2ª Vara de Família. Aí, conseguiu o alvará de soltura, ao comprovar o acerto do pagamento da pensão dos filhos. E foi embora, novamente sem conceder entrevista.
Dono de contratos milionários quando era jogador, Romário estaria com problemas financeiros por causa de uma decisão da Justiça que o condenou a pagar R$ 5,5 milhões a uma casal de vizinhos no luxuoso condomínio Golden Green, na Barra da Tijuca. O astro, cujo imóvel de R$ 9 milhões deve ir a leilão, fez obras em sua cobertura que danificaram o apartamento de baixo.

Folha de Pernambuco

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