segunda-feira, 13 de julho de 2009

Jarbas: “Eles vão entregar o poder”


Sem falsa modéstia, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) proferiu um discurso, ontem, no quarto Encontro Regional do PMDB, em Afogados da Ingazeira (Sertão do Pajeú), enaltecendo seu potencial eleitoral. Lembrou das sucessivas vitórias nas urnas para a Prefeitura do Recife, Governo do Estado, Câmara Federal e Senado. Sem se fazer de rogado, fez questão de demonstrar, aos mais de 200 aliados presentes, total segurança no seu “taco” e disparou: “No fundo, esse pessoal (do Governo Estadual) parece que não quer entregar o poder, mas eles vão entregar o poder”.
Tamanha “inspiração”, não vista em nenhum dos eventos anteriores da legenda, teria sido provocada pelas especulações de que Jarbas não teria apoio suficiente no Pajeú, caso dispute o Governo, ano que vem, já que o PSB tem a maioria das prefeituras na região. Determinado a contra-argumentar, Jarbas afirmou: “Minha vida toda foi falar no deserto (referindo-se ao seu empenho no combate à ditadura, quando era minoria).
Numa mostra de que não teme o peso da máquina administrativa nas mãos de qualquer que seja o adversário, lembrou que, em 1998, quando disputou o Governo de Pernambuco pela primeira vez e saiu vitorioso, apenas três, dos 14 prefeitos na Região Metropolitana do Recife (RMR), o apoiavam.
“Obtive 800 mil votos. No Interior todinho, foram 200 mil. Ganhei no Recife por 400 mil votos de diferença. Estou dizendo isso para mostrar que essas coisas não podem deixar a gente acuado”, enfatizou, emendando: “Quem sabe se pregando no deserto de novo, a gente não retoma o Governo de Pernambuco?”. No Recife, em 1998, Jarbas obteve 488.869, contra 76. 941 de Miguel Arraes (PSB) e tinha o apoio de apenas 59, dos 184 prefeitos do Estado.
Apesar da postura incisiva, no entanto, Jarbas não descartou a habitual cautela em tratar do tema. Ao ser perguntado se seria o candidato a governador das oposições em 2010, voltou a recorrer ao mantra: “o que tenho dito é que não me excluo da disputa”.

CRÍTICAS
A munição contra o Governo foi disparada ainda pelo secretário-geral do partido e deputado federal, Raul Henry. Além de citar alguns dos acessos construídos na era Jarbas, a exemplo do de Solidão, Santa Terezinha, o que liga Triunfo a Flores, Tabira a Paraíba, ele criticou o desajuste nas contas públicas encontrado no primeiro mandato do correligionário como governador.
Segundo Henry, antes de Jarbas assumir o Governo, o Estado gastava mais em custeio do que a arrecadação por ano, gerando um déficit de R$ 120 milhões. “Em 2005, Pernambuco tinha uma poupança de mais de R$ 740 milhões”, frisou.

Folha de Pernambuco

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