quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

João Paulo vê desespero no PT



Ex-prefeito avalia que CNB pode constranger o governador Eduardo Campos


O ex-prefeito João Paulo (PT) se reuniu, ontem, com o comando do Campo de Esquerda Unificado (CEU) para responder duramente às críticas feitas pelo presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Dilson Peixoto, à sua representatividade dentro da legenda e ao anúncio dos nomes do deputado federal Maurício Rands e do secretário Humberto Costa como as opções da legenda para a composição da chapa majoritária governista. O posicionamento da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) foi avaliado como “equivocado, primário e infantil”, além de um reflexo de “desespero político” capaz de constranger aliados.

“Pode trazer constrangimentos para o governador Eduardo Campos (PSB), que é o condutor desse processo. Não se pode forçar, ‘empurrar a porta’ para ter de todo jeito uma vaga na majoritária.... Não podemos constranger nem o presidente Lula nem o governador”, disparou João Paulo, para depois completar: “Não podemos dizer que o PT vai estar na chapa. Ainda falta muito tempo, muita coisa pode acontecer. Acho que foi um pouco de desespero político”.

O ex-prefeito manteve a posição de não postular um espaço na chapa majoritária e de que a decisão do socialista só se dará após a consolidação do quadro nacional - com a definição do candidato da oposição à Presidência da República -, além da possibilidade de o senador Jarbas Vasconcelos se concretizar como adversário pelo Palácio do Campo das Princesas.

Com relação à acusação de Dilson de que não dialoga com todo o PT, João Paulo negou esse posicionamento. “Fui coordenador da candidatura à reeleição do presidente Lula aqui no Estado. Articulamos a construção de uma Frente ampla com 17 partidos para a eleição do prefeito João da Costa... Sempre dialoguei. É uma inverdade esse tipo de declaração”, disse

Ele ainda desferiu ironias contra a ala adversária no seu partido. “Não sei o porquê disso. Talvez por conta das últimas conversas que tive com a Marta Suplicy, José Dirceu; com presidente do PT, José Eduardo Dutra; com o ex-presidente Ricardo Berzoini e com o presidente Lula, que quando soube que eu estava conversando com o seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, veio falar comigo”, listou o ex-gestor. Ele ainda destacou que poderia ter sido visto como “ameaça” ao grupo liderado por Humberto Costa.

Questionado se as críticas recebidas seriam causadas por ciúme, João disse que não. Entretanto, mais cedo, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, ele soltou: “Não sei se há um ciúme porque minha relação com o Governo é muito boa, viajei com ele (Eduardo Campos), indiquei um secretário da pasta que saí (Anchieta Patriota, para Articulação Regional)”.(Folha de Pernambuco)

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