Pouca novidade trouxe a mais recente pesquisa eleitoral, desta vez a cargo do Ibope. Porque apesar de Dilma Rousseff haver conquistado mais dois pontos percentuais, José Serra continua absoluto como preferido dos consultados. E com o acréscimo de que, na simulação para o segundo turno, sua vitória torna-se mais expressiva ainda. São 47 pontos contra 33.
Apesar de haver crescido, fruto de intensa exposição ao lado do presidente Lula, a candidata dispõe de sete meses para dar a volta por cima, coisa que não conseguiu nos quase dois anos em que freqüenta as preliminares da campanha presidencial. Conquistará maiores percentuais, concluem os observadores, mas a ponto de superar o adversário? Abre-se para ela, por coincidência em meio à festa de seu lançamento, pelo PT, o risco de morrer na praia. Claro que o reverso da medalha torna-se possível. O eleitorado ainda custa a entusiasmar-se. Antes da escolha do novo presidente será realizada a Copa do Mundo, evento bem mais atrativo, desde que a sorte continue a bafejar o Dunga.
Sendo assim, a pergunta que se faz é sobre o que acontecerá no país diante da volta dos tucanos ao poder. Aqui o processo pode tornar-se mais fascinante, porque condena-se a incorrer em grave erro quem supuser o hipotético governo Serra um vídeo-tape do governo Fernando Henrique. O governador paulista jamais reconhecerá de público, talvez nem depois de subir a rampa do palácio do Planalto, mas será bom aguardar, sabendo-se ser ele um adepto da intervenção do estado na economia e um adversário das privatizações ligadas à soberania nacional. Sem falar nas restrições que faz aos conglomerados especulativos. Pedro Malan que o diga, se voltarmos um pouco os olhos para o passado.
(Carlos Chagas)
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