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Nos flagrantes de sábado, no Recife, e de domingo, em Salvador, ficou clara a pobreza de espírito que começa a marcar a sucessão presidencial. Assistindo a passagem dos blocos pernambucanos e baianos em camarotes distintos, mas bem próximos, Dilma Rousseff e José Serra demonstraram como não se deve iniciar uma campanha. Desnudaram-se, no bom sentido, comparecendo aos destaques do Carnaval não porque fossem carnavalescos ou tradicionais adeptos dos festejos populares, mas, simplesmente, para aparecer e amealhar votos. Desengonçados até para sorrir e abanar para a multidão, imagine-se quando ensaiaram alguns passos de samba no mesmo lugar. Quer dizer, para ser eleitos, vale tudo, a começar pela demagogia. Viajaram para ver e ser vistos em constrangedoras aparições que pouca semelhança tiveram com a imagem de cada um. Porque Dilma sempre foi mulher de poucas expansões, conhecida pela rispidez de suas atuações administrativas. E Serra, sempre fechado e de poucas palavras, como explicar as forçadas efusões carnavalescas. Melhor teriam feito a candidata e o candidato se tivessem permanecido em Brasília e em São Paulo, redigindo planos e programas ou reunindo-se com assessores de campanha. Ou até descansando. Cederam a travestidos e ingênuos conselhos de marqueteiros empenhados em fazer da sucessão um carnaval descabido. Contrariaram a natureza das coisas, uma péssima antecipação de como poderá, um deles no palácio do Planalto, continuar tentando fazer o mesmo.(Carlos Chagas) Escrito por Magno Martins |
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Contrariando a natureza
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