O pensamento de formar uma representação partidária de esquerda era defendido por alguns intelectuais antes mesmo da fundação do PT. A ideia defendida por esses estudiosos era de compor uma legenda socialista semelhante às que foram constituídas na Europa. “Participaram desse movimento, entre outros sociólogos, Francisco Weffort (um dos fundadores do PT), José Álvaro Moisés e Francisco Oliveira, os economistas José Serra e Paul Singer, o então candidato ao Senado pelo extinto MDB, Fernando Henrique Cardoso, Almino Afonso, Mário Covas e Luis Carlos Bresser Pereira”, detalhou em artigo o comunicador social e especialista em História pela UFPE Clóvis Manfrini.
O estudioso relata que fora criado um movimento Pró-PT e que contava com a participação de vários nomes como o, na época deputado estadual, Eduardo Suplicy (hoje senador da República) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (hoje, PSDB). “Suplicy integraria o PT no seu nascedouro, já Fernando Henrique Cardoso continuaria no PMDB até 1988. Vários encontros, debates, teses e resoluções são lançadas até a discussão do Manifesto do Partido ocorrido no Colégio Sion em São Paulo, no dia 10 de fevereiro de 1980”, explica Manfrini
No seu início, o PT ainda contou com a adesão de ex-membros do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário e figuras da extrema esquerda trotskista - doutrina marxista baseada no pensamento político do ucraniano Leon Trótski. Na sequência, representantes da Igreja Progressita também se filiaram à legenda. O que aumentou a pluralidade no partido, que deixou de ser uma representação única de militantes de esquerda e sindicalistas, permitindo, já durante o lançamento do manifesto de fundação, o início do processo de criação de correntes internas, marca registrada do PT.(Folha de Pernambuco)
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