O 9º Fórum Social Mundial (FSM), realizado em Belém (PA) até o último domingo (1º), terminou diferente dos anteriores. A crise econômica internacional provocou uma certa onda de otimismo entre os participantes, pois reforça os argumentos contra o capitalismo e em defesa do socialismo, discurso amplamente majoritário entre os participantes do encontro. Na definição do sociólogo e diretor-geral do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Cândido Grzybowski, o fórum foi a mesma "confusão alegre" dos outros, agora embalada pela "vitória" contra a economia de mercado . Nascido como contraponto ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça – em que grandes empresários se reúnem para definir os rumos da economia –, o encontro social vem desde sua primeira edição, em 2001, prevendo um colapso econômico. "Este ano marca a consolidação do fórum com um processo mundial. O fórum de Davos simboliza o fracasso da economia atual. Enquanto o fórum social mostra, e sempre mostrou, que existem mudanças a serem feitas", comemora o idealizador do FSM, Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos. A opinião é quase que consensual entre intelectuais, sindicalistas, militantes de esquerda, representantes de ONGs e de movimentos sociais. O discurso contra o capitalismo e em defesa de um "socialismo do século XXI" – um modelo ainda sem definições concretas – passou a ser adotado por todos no fórum como bandeira. "O Fórum Social em Belém representou a possibilidade de uma retomada das lutas sociais para complementar as verdadeiras mudanças que interessam aos nossos povos. Levamos desse fórum a convicção muito forte de que, se um outro mundo é possível, não é possível nos marcos do capitalismo. É preciso construir uma alternativa socialista não em um país mas em todo o planeta", defendeu o senador José Nery (Psol-PA), que participou ativamente do encontro.
Congresso Em Foco
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