Fábrica de sonhos, festa demoníaca, desperdício de energias e dinheiro, expressão do modo de viver de nossa gente ou alegria guerreira. Depende do olhar de quem o vive, presencia ou analisa.
Talvez chamar o carnaval de fábrica de sonhos seja impróprio: os sonhos o precedem, durante a festa apenas se exteriorizam, extravasam de múltiplas formas.
Invenção do demônio é uma pecha que lhe atribuem olhos puritanos e repressivos desde que surgiu, dizem, nas sacristias católicas da Idade Média – como forma de desfazer-se da carne e enaltecer o espírito.
Desperdício para os que não enxergam as muitas nuances de toda uma cadeia produtiva que envolve investimentos, lucros e oportunidades de trabalho. Somas fabulosas – do merchandaise à geração de empregos temporários, diretos e indiretos.
Manifestação do modo de sonhar, sofrer, lutar, sentir e amar de nossa gente, sim – tudo traduzido na forma de uma alegria guerreira, na expressão cunhada pela pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco Rita de Cássia Barbosa de Araújo, autora do belíssimo artigo “Carnaval do Recife: a alegria guerreira” (revista Estudos Avançados – USP, abril de 1997).
É que no final do século XIX e início do século XX, só às elites era permitido participar da festa desfilando alegorias e clubes de máscaras, restando ao povo apenas ver e aplaudir. Daí o surgimento de agremiações populares destinadas a lutar pelo direito de brincar, abrindo alas e suplantando a norma iníqua e a repressão policial. Vassourinhas, Pás Douradas, Lavadeiras, Lenhadores e tantos outros surgiram inspirados na luta por direitos corporativos e pela liberdade de participar dos folguedos.
Deu no que temos hoje – no Recife, em Olinda e em muitas partes do território pernambucano o folião cai no frevo ou se deixa envolver pelo batuque mágico do maracatu, livre e espontaneamente, nas praças e nas ruas. Do jeito que lhe vier à telha, sem regras nem amarras.
Um carnaval democrático isento de proibições e restrições econômicas. Jamais pensar na compra de abadás nem em alguns privilegiados protegidos por cordões de isolamento no Galo da Madrugada, no Recife, ou em Pitombeiras e Elefante nas ladeiras de Olinda. Vale a liberdade conquistada há pouco mais de um século com muito sangue, suor e cachaça.
Talvez chamar o carnaval de fábrica de sonhos seja impróprio: os sonhos o precedem, durante a festa apenas se exteriorizam, extravasam de múltiplas formas.
Invenção do demônio é uma pecha que lhe atribuem olhos puritanos e repressivos desde que surgiu, dizem, nas sacristias católicas da Idade Média – como forma de desfazer-se da carne e enaltecer o espírito.
Desperdício para os que não enxergam as muitas nuances de toda uma cadeia produtiva que envolve investimentos, lucros e oportunidades de trabalho. Somas fabulosas – do merchandaise à geração de empregos temporários, diretos e indiretos.
Manifestação do modo de sonhar, sofrer, lutar, sentir e amar de nossa gente, sim – tudo traduzido na forma de uma alegria guerreira, na expressão cunhada pela pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco Rita de Cássia Barbosa de Araújo, autora do belíssimo artigo “Carnaval do Recife: a alegria guerreira” (revista Estudos Avançados – USP, abril de 1997).
É que no final do século XIX e início do século XX, só às elites era permitido participar da festa desfilando alegorias e clubes de máscaras, restando ao povo apenas ver e aplaudir. Daí o surgimento de agremiações populares destinadas a lutar pelo direito de brincar, abrindo alas e suplantando a norma iníqua e a repressão policial. Vassourinhas, Pás Douradas, Lavadeiras, Lenhadores e tantos outros surgiram inspirados na luta por direitos corporativos e pela liberdade de participar dos folguedos.
Deu no que temos hoje – no Recife, em Olinda e em muitas partes do território pernambucano o folião cai no frevo ou se deixa envolver pelo batuque mágico do maracatu, livre e espontaneamente, nas praças e nas ruas. Do jeito que lhe vier à telha, sem regras nem amarras.
Um carnaval democrático isento de proibições e restrições econômicas. Jamais pensar na compra de abadás nem em alguns privilegiados protegidos por cordões de isolamento no Galo da Madrugada, no Recife, ou em Pitombeiras e Elefante nas ladeiras de Olinda. Vale a liberdade conquistada há pouco mais de um século com muito sangue, suor e cachaça.
Por Luciano Siqueira , vereador do P C do B (Recife-PE)
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