quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Governo estadual nega proteção a sem-terra


O governo de Pernambuco não vai dar proteção especial aos sem-terra de São Joaquim do Monte, a 137 quilômetros do Recife, no agreste, como pediu, em nota, o Movimento dos Trabalhadores SemTerra (MST). "A obrigação do governo é dar proteção a quem está sob custódia do Estado", afirmou o secretário estadual de Articulação Social, Waldemar Borges.
Ele se referia aos dois integrantes do movimento - Aluciano Ferreira dos Santos, 31 anos, e Paulo Cursinho Alves, 62 - que estão presos no presídio de Caruaru, também no agreste, acusados da morte, na tarde do sábado, de quatro seguranças da Fazenda Consulta, em São Joaquim do Monte. De acordo com o MST, o crime foi em legítima defesa e o seu líder, Jaime Amorim, disse temer represália contra os trabalhadores que se concentraram na Fazenda Jabuticaba, próxima à Consulta, depois do episódio.
De acordo com Valdemar Borges, somam 11 as reintegrações de posse já concedidas pela justiça a cada uma das fazendas - Consulta e Jabuticaba - reivindicadas pelo MST. Ele observou que governo tem procurado mediar a situação, na busca de uma solução, mas tem seus limites, "e o limite é a lei".
"Nenhum movimento tem o direito de matar pessoas", frisou o governador Eduardo Campos (PSB), ao afirmar que não prejulga nem criminaliza o MST, o inquérito é que vai indicar o que aconteceu e a justiça que vai julgar. Observou, no entanto, que "pessoas do movimento cometeram o crime e têm que responder por ele".
"O governo não tolera violência nem de um lado, da parte de fazendeiros sobre os trabalhadores, nem do outro", disse Eduardo Campos, ao observar que o governo agiu de pronto, prendendo dois dos acusados do crime. "A apuração está sendo feita com rigor".


Tribuna da Imprensa

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