terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sem punição, Jarbas mantém críticas


Depois de fazer duras críticas ao PMDB e denunciar a existência de corrupção dentro do partido, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) descartou, ontem, a possibilidade de deixar a legenda. Mesmo mantendo a postura, o senador não será punido pela executiva nacional do partido. A cúpula do PMDB decidiu não dar importância às declarações do senador, por considerá-las “genéricas e não falarem de nenhum caso específico”.
Ao reiterar que grande parte dos peemedebistas está envolvida em atos de corrupção, Jarbas não quis revelar nomes e disse que sua ideia é apenas fomentar o “debate” dentro da legenda. “Como posso citar nomes? É um número muito volumoso, eu não vim ficar como auditor do PMDB no Congresso. Eu não disse que todo o PMDB era corrupto, mas grande parte. São nos escalões superiores que a corrupção vive”, disse o senador.
Apesar de denunciar a existência de corrupção dentro do PMDB, Jarbas afirmou que não vai sair da legenda - nem avalia que será expulso do partido. “Não acredito em expulsão. Pode ser que tenha um processo, mas as pessoas (corruptas) têm perfil conhecido. Eu não retiro nada do que disse, quem quiser (me) processar, procure o conselho de ética do partido”, afirmou. O senador classificou de “estapafúrdia e ridícula” a versão de que teria concedido entrevista à revista “Veja” com duras críticas ao partido com o objetivo de ser expulso da legenda. “É ridícula essa tese de que estou fazendo isso para ser expulso. Minha função é ser senador”, afirmou. Ele também rebateu acusações de que as críticas ao PMDB são estratégia para ser lançado como vice na eventual chapa de José Serra (PSDB-SP) à Presidência da República em 2010. O senador ainda criticou as especulações de que suas críticas têm como objetivo fazê-lo ganhar destaque na mídia para as eleições do ano que vem. “Não quero ser vice, não sou candidato a vice. Eu não vou fazer barreira da minha atuação parlamentar para conquistar voto. Mas as pessoas também não podem querer que, depois de uma entrevista daquelas, eu vote no PT”, afirmou.
Ele disparou críticas ao líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e disse que vai manter sua prática de não participar de nenhuma reunião da bancada do PMDB presidida por Renan.

Folha de Pernambuco

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