segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Planos de saúde são alvos de reclamação

Para atender a demanda da população no quesito saúde, as operadoras de planos de saúde investiram R$ 55 bilhões no ano passado para atender a 51 milhões de pessoas, das quais 41 milhões possuem planos de saúde médico e 10 milhões, odontológico. Enquanto isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou cerca de R$ 60 bilhões para 190 milhões de usuários, o equivalente ao total da população do País, de acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge). Apesar do maior investimento proporcional, os planos de saúde também estão sujeitos a problemas e recebem reclamações frequentes dos consumidores.


A defensora Pública do Estado, Cristina Sakaki, informa que, em casos de insatisfação, primeiramente é preciso fazer uma denúncia. “O trabalho da defensoria consiste em defender o consumidor e tentar entrar em acordo com os planos de saúde. Caso não haja conciliação, a alternativa é ingressar com ação judicial contra o plano”, contou. As reclamações mais frequentes entre os consumidores são relativas ao descredenciamento dos hospitais, atendimento precário, falta de leitos nos estabelecimentos, procedimentos cirúrgicos (demora e burocracia), próteses e home care (tratamento domiciliar).



Para a dona de casa Ana Paula de Araújo, a solução foi permutar o plano. “Não tinha segurança nem pagando pelo serviço. Ficava esperando as coisas acontecerem e nada, só me restava a expectativa. Por conta disso, resolvi mudar”, disse. Outro ponto importante nos planos de saúde é o investimento. “Quando entrei no plano pagava R$ 78, mas ele faliu e fomos transferidos para outro. Depois da transição passei a gastar R$ 290 por um serviço que não me agradou”, completou Ana.



Segundo dados da Defensoria Pública, o maior número de queixas registradas são feitas por idosos. “Eles são os mais discriminados pelos planos, especialmente na cobrança de valores diferenciados. O plano de saúde tem por obrigação, uma vez apresentada ao contratante, não alterar em nada o plano durante a vigência do contrato”, reforçou Sakaki.



Com o objetivo de minimizar a incidência dos problemas abrangentes em toda a Região Metropolitana do Recife, respeitando, também, a individualidade de cada operadora, no final do ano passado, foi criado o Fórum Permanente de Saúde Suplementar, uma parceria da Defensoria Pública do Estado (através do Núcleo de Causas Coletivas e Direito do Consumidor) com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Cada operadora tem um Índice de Desempenho de Saúde Suplementar (IDSS), que pode ser visto no site www.ans. gov.br, junto com dicas e outras informações esclarecedoras para o consumidor.
(Folha de Pernambuco)

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