segunda-feira, 6 de abril de 2009

Pressão nordestina contra cortes


O governador Eduardo Campos (PSB) encabeça um movimento entre os governadores do Nordeste que pressionará, hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a reduzir os cortes nos Fundos e de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). O encontro - que acontecerá em Montes Claros (MG) - será realizado em virtude de dois eventos: a 5ª Rreunião do Conselho Deliberativo da Sudene e o 10º Fórum dos Governadores do Nordeste.
Ao saber dos cortes no orçamento, anunciados pelo Ministério do Planejamento, Eduardo começou a articular o movimento, ligando para os governadores da Região. Na última quarta-feira, o socialista acusou o Centro-Sul do País de ser sustentado pelo Nordeste.
Para o governador de Pernambuco, o momento é de preocupação. Apesar da fidelidade que nutre pelo presidente, Eduardo não deve voltar atrás até conseguir minimizar a redução dos recursos. “De cada quatro reais investidos em obra pública no Brasil, três são gastos por estados e municípios. Se os cortes continuarem, corremos o risco de parar obras essenciais para a população e ainda desacelerar a economia da Região”, disparou. De acordo com Campos, “é preciso compensar os estados e municípios, principalmente os do Nordeste, pelas perdas que já tiveram, por exemplo, com a redução do FPE e o corte do CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). É aqui na região onde estados e municípios sentem mais fortemente as perdas. É uma questão de justiça e é também uma forma de terminar a crise”.
Durante o encontro, os governadores nordestinos também vão sugerir ao presidente que as emendas coletivas dos Estados sejam liberadas logo no começo do ano. Eles também pedirão a abertura de linhas de financiamento para infraestrutura, desvinculadas das ações do PAC. “Seria um bom momento para tirar o PAC da mobilidade do papel”, criticou.
PSBEduardo Campos viajou, ontem, para Brasília, e teria um encontro com o deputado federal Ciro Gomes, para convencê-lo ao não lançar críticas mais pesadas contra a ministra da Casa Civil e presidênciável do PT, Dilma Rousseff. Sua assessoria, contudo, não confirmou a agenda com o socialista cearense.


Folha de Pernambuco

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