sábado, 25 de abril de 2009

Hospitais em Petrolina podem parar




Hospitais em Petrolina podem pararMédicos ameaçam entregar os cargos caso não sejam renovados os contratos

UNIDADE de Emergência e Traumas pode ficar sem cirurgiões a partir de hoje

A situação da rede de saúde pública de Petrolina, no Sertão do Estado, continua preocupando os médicos e principalmente as pessoas que utilizam os serviços oferecidos nos Hospitais Dom Malan (HDM) e do Trauma. Nos dois, obstetras, pediatras, ortopedistas, clínicos e outros profissionais pedem melhorias nas condições de trabalho e renovação contratual. Se não chegarem a um acordo, a classe pretende deixar os cargos. No caso do Hospital de Trauma, a situação é mais alarmante, já que o contrato de 22 cirurgiões, que atendem na unidade, acabou à 0h de hoje.
Ontem, segundo o presidente da Cooperativa dos Médicos Cirurgiões do Vale do São Francisco, Edvaldo Lopes, durante uma audiência pública realizada na promotoria de Petrolina, o secretário de Saúde do município disse que não iria renovar as contratações. “Ele disse que, amanhã (hoje), uma nova equipe vai assumir os trabalhos. Não sei como vai ser isso, pois não conheço outros médicos dessa especialidade que podem assumir o Hospital de Trauma. Se o prometido não for cumprido pelo secretário, a unidade hospitalar vai ficar fechada por falta de cirurgiões”, alertou.
No caso dos médicos que atendem no Hospital do Malan, 15 já teriam, segundo o obstetra Osmam Sarmento Magalhães Filho, entregue à Secretária de Saúde as cartas de aviso prévio de solicitação da demissão. “Na próxima segunda-feira, o número de médicos que vai pedir demissão poderá chegar a 25, isso juntando os obstetras e pediatras”, explicou.
Solução
De acordo o secretário de Saúde de Petrolina, José Mendes Junior, mesmo que os médicos do Hospital do Trauma parem, hoje, a população não ficará sem atendimento, pois outros profissionais serão acionados. “Já estamos com uma equipe de plantão para atender os pacientes. Ninguém ficará sem atendimento”, garantiu.
José Mendes disse que todo o transtorno que está acontecendo no município é culpa da falta de recursos financeiros. “Desde 1993 o Hospital do Malan, que é regional por atender pessoas de varias cidades do Sertão, é municipalizado. Por conta disso o Estado não arca com nada. Nossa receita é muito pequena, em relação aos gastos. Recebemos hoje, do Ministério da Saúde, para o Hospital do Trauma R$ 1 milhão, mas gastamos o dobro. Desse jeito não dá”, explicou. Sobre a paralisação no Dom Malan, Mendes disse que apenas os anestesistas entregaram os pedidos de demissão oficialmente e com isso a unidade de saúde não será paralisada.

Por Diego Mendes - Folha de Pernambuco

Foto:Josélia Maria

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