Na cidade de Vespasiano, interior de Minas Gerais, fica uma cadeia exclusiva para mulheres grávidas. A cadeia cor-de-rosa chama-se Centro de Referência da Gestante Privada de Liberdade, um lugar construído para receber crianças.
O presídio só para grávidas tem quartos no lugar de celas. Os bercinhos estão ao lado de camas. O banho de sol é liberado. Na cozinha, além das refeições, papinhas e mamadeiras. Mimos como xampu, sabonetes e banheirinhas nos banheiros. E, é claro: é uma prisão com bebês por toda parte. Mãe e filho ficam juntos por um ano. “A mãe que vai ter o bebê tem que estar mais tranquila, e as agentes também têm que estar preparadas para recebê-las, para cuidar delas lá dentro”, explica a diretora do presídio, Mariana Theodossakis. Nos outros presídios, mães, filhos e presas comuns dividem celas. A lei de execução penal determina a criação de berçários para garantir a amamentação. Mas isso a maioria dos presídios não cumpre. “Se não fosse essa unidade, minha filha ia ser arrancada de mim lá no hospital mesmo. Isso é muito importante para a gente, porque os primeiros passinhos que a gente começa a dar, os dentinhos já começam e já sentam e as primeiras coisas que estão aprendendo ela estão do lado da gente”, diz Wagneia Silva, de 28 anos, uma das presidiárias. Hoje 45 mães cumprem pena no lugar. Elas têm entre 18 e 24 anos e a maioria é acusada de tráfico de drogas. Dessas, 16 têm maridos que também estão presos. “Estamos fazendo um contato com as penitenciárias, com os presídios onde eles estão presos para elas terem o direito de, pelo menos, uma vez por mês, falarem com eles pelo telefone”, explica a diretora.
G1
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