sábado, 8 de novembro de 2008

"Metrô tira Salvador da idade da pedra lascada"




CADA UM NO SEU TRILHO

Chegada dos trens evidencia divergências


De um lado, o prefeito João Henrique e o ministro Geddel Vieira Lima, no Porto de Salvador, e, do outro, a presidente da Conder, Maria Del Carmen, representando o governo do Estado


O desembarque dos primeiros trens do metrô de Salvador marcou um momento histórico para a cidade. O prefeito João Henrique Carneiro, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, a presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) Maria Del Carmen e o coordenador do Movimento de Defesa do Metrô de Salvador, Joseval Tibúrcio estavam presentes no evento. Os três trens com 12 vagões cada desembarcaram ontem às 9h30 no cais do armazém 7/8 do Porto da capital baiana. De acordo com João Henrique a chegada dos trens é o início de uma grande caminhada de evolução da cidade. “Já se passam 30 anos que a chegada do metrô se impunha como uma necessidade. Está sendo hoje aqui um dia histórico para nós porque Salvador está saindo, em termos de transporte de massa, da idade da pedra lascada para a modernidade”. De acordo com ele, a partir de meados no ano que vem o metrô estará em funcionamento. O Coordenador do Movimento de Defesa do Metrô de Salvador, Joseval Tibúrcio, acredita que agora os trens entrarão nos trilhos. “A chegada desses vagões tem um simbolismo extremamente importante para a cidade, porque agora o equipamento vai ser entregue e nós teremos efetivamente o metrô implantado”. No evento, o prefeito deu inicio oficial ao Projeto Transalvador. De acordo com ele é um projeto multimodal de mobilidade urbana que integra o sistema de transporte ferroviário, rodoviário e hidroviário, incluindo uma ciclovia. “Nós vamos dar para Salvador uma condição de mobilidade urbana extraordinária, a partir de meados de 2009. Quando tinha uma greve de ônibus em Salvador, a cidade praticamente parava. Agora não”, destacou o prefeito.

"A Transalvador vai permitir a integração da Baía de Todos os Santos com o sistema rodoviário. “Não é só integração ônibus metrô. Pode contar com integração via náutica-ônibus, plano diretor de ciclovias, trens do subúrbio e outras. Quando tinha uma greve de ônibus em Salvador, a cidade praticamente parava. Agora não. Você tem uma nova cidade, que vai ter metrô, ônibus, ônibus de R$ 1, os amarelinhos articulados, plano diretor de ciclovias, o uso racional da Baía de Todos os Santos, tanto para transporte de massa, através da via náutica, como para o turismo. Tudo isso dentro de um grande projeto chamado Transalvador”. Questionado sobre os recursos para a segunda etapa do metrô o ministro Geddel Vieira Lima foi claro. “Os recursos estão assegurados e evidentemente agora, o prefeito vai tocar com a rapidez que o caracteriza”. De acordo com ele, a sua presença ontem, no desembarque dos vagões reafirmou o compromisso do presidente Lula em manter a manutenção dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Após serem retirados do navio, os vagões foram levados – em duas etapas – para a Estação Aduaneira Interior (EAI), no Porto Seco de Simões Filho. Seis vagões seguiram ontem, os outros seis irão hoje. Conforme a presidente da Conder, Maria Del Carmen, quando a prefeitura mandou o documento informando que o Pátio Auxiliar de Manutenção (PAM), no Acesso Norte, já havia sido vistoriado e preparado para receber o equipamento o órgão já tinha alugado o Porto Seco, no valor de R$ 40 mil por mês. “É arejado e tem toda a vigilância. Não há risco para os vagões”. Conforme ela, ainda por indicação do fabricante é importante que os trens sejam conservados com as peletes e não sejam colocados sobre os trilhos antes do funcionamento, apenas quando eles estiverem energizados, o que vai acontecer no início do ano os vagões serão entregues. Conforme Del Carmen apenas o trajeto entre Simões Filho e o Acesso Norte – o espaço reservado pela prefeitura – iria custar R$ 120 mil, o equivalente a três aluguéis. (Por Karina Baracho)

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