(Bruxelas, BR Press*) - O Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta sexta-feira (14/11), tem um significado especial para mais de 250 milhões de pessoas com diabetes em todo o planeta. O objetivo é chamar a atenção para a epidemia global da doença e para a necessidade de ações para melhorar o cuidado e a prevenção naqueles que têm o risco de desenvolver a doença. Além disso, o dia reafirma o compromisso de encontrar a cura
Cada ano, a campanha centra-se num tema determinado pela Federação Internacional do Diabetes. Este ano, o tema é o diabetes na infância e na adolescência. A Federação Internacional do Diabetes (IDF, em inglês) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) criaram o Dia Mundial do Diabetes há mais de 15 anos em reação ao preocupante aumento do diabetes no mundo. A data foi escolhida para comemorar o nascimento de Frederick Banting, mundialmente reconhecido como o descobridor da insulina, em 1921.
No Dia Mundial do Diabetes, eventos locais, nacionais e internacionais são organizados para educar a população e informar aos elaboradores de políticas sobre a necessidade de reagir à ameaça do diabetes. ?Existem cerca de 12 milhões de indivíduos portadores de diabetes no Brasil. Desses, metade ignora sua condição, ficando, assim, mais suscetível a uma série de problemas decorrentes da doença (leia mais no BOX abaixo).
No Dia Mundial do Diabetes, eventos locais, nacionais e internacionais são organizados para educar a população e informar aos elaboradores de políticas sobre a necessidade de reagir à ameaça do diabetes. ?Existem cerca de 12 milhões de indivíduos portadores de diabetes no Brasil. Desses, metade ignora sua condição, ficando, assim, mais suscetível a uma série de problemas decorrentes da doença (leia mais no BOX abaixo).
Infância
O diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns na infância. Pode afetar crianças de qualquer idade, incluindo crianças em idade pré-escolar ou mesmo aquelas que ainda estão aprendendo a caminhar. Mais de 200 crianças por dia desenvolvem o diabetes tipo 1, uma doença auto-imune que não pode ser prevenida. O diabetes tipo 2, muito associada com o aumento de peso e a falta de exercício, antes era considerada uma doença apenas de adultos. Agora, está afetando um número crescente de crianças em todo o mundo.
Com freqüência, o diabetes na infância é diagnosticado tarde ou é, erroneamente, diagnosticado como outra doença, como a gripe. Um dos objetivos da campanha do Dia Mundial do Diabetes 2008 é alertar a população sobre os sinais mais comuns do diabetes tipo 1: vontade de urinar freqüente, rápida perda de peso, falta de energia e sede excessiva.
O diabetes tipo 1 está crescendo 3% ao ano em crianças e adolescentes, e numa alarmante taxa de 6% anual entre crianças em idade pré-escolar. Estima-se que, a cada ano, 70 mil crianças com menos de 15 anos desenvolvam o diabetes tipo 1 (200 crianças por dia). Dos 440 mil casos estimados do diabetes tipo 1 em crianças no mundo, mais de um quarto vive no sudeste asiático e mais de um quinto na Europa.
Nos EUA, estima-se que o diabetes tipo 2 representa entre 8 e 45% dos novos diagnósticos de casos de diabetes em crianças, segundo a localização geográfica. Em mais de 20 anos, os casos de diabetes tipo 2 infantil duplicaram no Japão, e agora é mais comum que o tipo 1. Em crianças nativas e aborígenes na América do Norte e Austrália, a predominância do diabetes tipo 2 varia de 1,3 a 5,3%.
O diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns na infância. Pode afetar crianças de qualquer idade, incluindo crianças em idade pré-escolar ou mesmo aquelas que ainda estão aprendendo a caminhar. Mais de 200 crianças por dia desenvolvem o diabetes tipo 1, uma doença auto-imune que não pode ser prevenida. O diabetes tipo 2, muito associada com o aumento de peso e a falta de exercício, antes era considerada uma doença apenas de adultos. Agora, está afetando um número crescente de crianças em todo o mundo.
Com freqüência, o diabetes na infância é diagnosticado tarde ou é, erroneamente, diagnosticado como outra doença, como a gripe. Um dos objetivos da campanha do Dia Mundial do Diabetes 2008 é alertar a população sobre os sinais mais comuns do diabetes tipo 1: vontade de urinar freqüente, rápida perda de peso, falta de energia e sede excessiva.
O diabetes tipo 1 está crescendo 3% ao ano em crianças e adolescentes, e numa alarmante taxa de 6% anual entre crianças em idade pré-escolar. Estima-se que, a cada ano, 70 mil crianças com menos de 15 anos desenvolvam o diabetes tipo 1 (200 crianças por dia). Dos 440 mil casos estimados do diabetes tipo 1 em crianças no mundo, mais de um quarto vive no sudeste asiático e mais de um quinto na Europa.
Nos EUA, estima-se que o diabetes tipo 2 representa entre 8 e 45% dos novos diagnósticos de casos de diabetes em crianças, segundo a localização geográfica. Em mais de 20 anos, os casos de diabetes tipo 2 infantil duplicaram no Japão, e agora é mais comum que o tipo 1. Em crianças nativas e aborígenes na América do Norte e Austrália, a predominância do diabetes tipo 2 varia de 1,3 a 5,3%.
Acesso à insulina
O doutor Martin Silink, presidente da Federação Internacional do Diabetes, ressaltou o grande impacto do diabetes que é a base da campanha. "Ao mesmo tempo que queremos que as pessoas aproveitem as comemorações, não queremos que percam de vista o grande impacto mundial do diabetes. A dura verdade é que muitos, incluindo crianças, estão morrendo nos países em desenvolvimento porque não têm acesso à medicação, controle e à educação que necessitam para sobreviver. Já passaram 87 anos desde que Banting, Macleod e a equipe em Toronto descobriram a insulina, e muitos dos cidadãos mais vulneráveis do mundo ainda não tem acesso a ela".
O diretor da campanha, Phil Riley, explicou: "Queremos que as pessoas com diabetes em todos os lugares saibam que estão conectadas com uma comunidade global". No Dia Mundial do Diabetes e nos dias próximos, mais de 800 edifícios e marcos serão iluminados de azul pela causa do diabetes. Os edifícios estão numa lista que pode ser encontrada no website da campanha, no http://www.worlddiabetesday.org/monuments, e inclui as Pirâmides do Egito, as Cataratas do Niágara, no Canadá, a Torre de Londres, no Reino Unido, o Cristo Redentor, no Brasil, a Sede das Nações Unidas, nos Estados Unidos, o Burj al Arab, nos Emirados Árabes Unidos, a Sagrada Família, na Espanha e a Torre de Tóquio, no Japão. Eles serão iluminados em azul que é a cor do círculo do diabetes, o símbolo mundial do diabetes e logotipo da campanha do Dia Mundial do Diabetes.
A campanha do Dia Mundial do Diabetes pode ser acompanhada on-line no http://www.worlddiabetesday.org .
BOX - Brasileiros são mais afetados pela cegueira
Leôncio Queiroz Neto**/Especial para BR Press
O doutor Martin Silink, presidente da Federação Internacional do Diabetes, ressaltou o grande impacto do diabetes que é a base da campanha. "Ao mesmo tempo que queremos que as pessoas aproveitem as comemorações, não queremos que percam de vista o grande impacto mundial do diabetes. A dura verdade é que muitos, incluindo crianças, estão morrendo nos países em desenvolvimento porque não têm acesso à medicação, controle e à educação que necessitam para sobreviver. Já passaram 87 anos desde que Banting, Macleod e a equipe em Toronto descobriram a insulina, e muitos dos cidadãos mais vulneráveis do mundo ainda não tem acesso a ela".
O diretor da campanha, Phil Riley, explicou: "Queremos que as pessoas com diabetes em todos os lugares saibam que estão conectadas com uma comunidade global". No Dia Mundial do Diabetes e nos dias próximos, mais de 800 edifícios e marcos serão iluminados de azul pela causa do diabetes. Os edifícios estão numa lista que pode ser encontrada no website da campanha, no http://www.worlddiabetesday.org/monuments, e inclui as Pirâmides do Egito, as Cataratas do Niágara, no Canadá, a Torre de Londres, no Reino Unido, o Cristo Redentor, no Brasil, a Sede das Nações Unidas, nos Estados Unidos, o Burj al Arab, nos Emirados Árabes Unidos, a Sagrada Família, na Espanha e a Torre de Tóquio, no Japão. Eles serão iluminados em azul que é a cor do círculo do diabetes, o símbolo mundial do diabetes e logotipo da campanha do Dia Mundial do Diabetes.
A campanha do Dia Mundial do Diabetes pode ser acompanhada on-line no http://www.worlddiabetesday.org .
BOX - Brasileiros são mais afetados pela cegueira
Leôncio Queiroz Neto**/Especial para BR Press
(BR Press*) - A perda de visão é 25 vezes mais freqüente em quem tem diabetes. Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes apontam que a falta de informação associada à ausência de sintomas pode causar cegueira em 40% dos diabéticos e mais da metade desses casos poderiam ser evitados se os pacientes realizassem regularmente os exames oftalmológicos e mantivessem as taxas de açúcar (glicemia) sob controle.
??Dificuldade de foco, catarata, glaucoma e danos na retina são as principais complicações oftalmológicas provocadas pelo diabetes mal controlado. A retinopatia diabética, por exemplo, é responsável por 2% dos casos de cegueira no mundo inteiro. O que muita gente não sabe é que essa complicação pode ser prevenida. ?
O que acontece?
?Para compreender melhor a retinopatia diabética é preciso conhecer mais sobre sua origem. Quando digerimos alimentos, principalmente os carboidratos, eles se transformam em açúcar ou melhor, em moléculas de glicose que vão parar no sangue. É ele quem vai abastecer todas as células do corpo. Mas tem de haver insulina.
Vamos imaginar que a insulina é uma chave que abre a porta das células, deixando a glicose entrar. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas. Entretanto, esse mecanismo pode falhar. Quando falta insulina, a glicose fica acumulada no sangue e, então, surge o diabetes.
??Dificuldade de foco, catarata, glaucoma e danos na retina são as principais complicações oftalmológicas provocadas pelo diabetes mal controlado. A retinopatia diabética, por exemplo, é responsável por 2% dos casos de cegueira no mundo inteiro. O que muita gente não sabe é que essa complicação pode ser prevenida. ?
O que acontece?
?Para compreender melhor a retinopatia diabética é preciso conhecer mais sobre sua origem. Quando digerimos alimentos, principalmente os carboidratos, eles se transformam em açúcar ou melhor, em moléculas de glicose que vão parar no sangue. É ele quem vai abastecer todas as células do corpo. Mas tem de haver insulina.
Vamos imaginar que a insulina é uma chave que abre a porta das células, deixando a glicose entrar. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas. Entretanto, esse mecanismo pode falhar. Quando falta insulina, a glicose fica acumulada no sangue e, então, surge o diabetes.
O aumento da concentração de açúcar no sangue, torna-o mais denso, causando muitas complicações, entre elas, os problemas circulatórios. ??Essa circulação problemática afeta os vasos sangüíneos de todo o corpo e também os da retina, a camada de fibras nervosas situada no fundo do olho, que percebe a luz e ajuda a enviá-la até o cérebro.
Os pequeninos vasos da retina são lesados. Isto leva, passado algum tempo, aos distúrbios de visão até à cegueira. Por isso, a melhor proteção contra a retinopatia diabética é submeter-se a exames periódicos da visão efetuados pelo médico oftalmologista.
Exames
É particularmente importante detectar a doença em um estágio precoce, pois, às vezes, a retinopatia pode estar presente sem nenhum sinal perceptível. Nesses exames, o oftalmologista irá examinar o interior do olho do diabético, usando um instrumento chamado oftalmoscópio.
Essa rotina deve fazer parte da vida dos diabéticos pelo menos a cada seis meses. ??Em muitos casos, não existe a necessidade de tratamento, apenas do acompanhamento periódico do oftalmologista, para registrar se a doença está avançando ou não. Caso o avanço seja constatado, existem tratamentos que podem deter a progressão das lesões e, assim, melhorar a qualidade da visão.
Tratamentos
Os pequeninos vasos da retina são lesados. Isto leva, passado algum tempo, aos distúrbios de visão até à cegueira. Por isso, a melhor proteção contra a retinopatia diabética é submeter-se a exames periódicos da visão efetuados pelo médico oftalmologista.
Exames
É particularmente importante detectar a doença em um estágio precoce, pois, às vezes, a retinopatia pode estar presente sem nenhum sinal perceptível. Nesses exames, o oftalmologista irá examinar o interior do olho do diabético, usando um instrumento chamado oftalmoscópio.
Essa rotina deve fazer parte da vida dos diabéticos pelo menos a cada seis meses. ??Em muitos casos, não existe a necessidade de tratamento, apenas do acompanhamento periódico do oftalmologista, para registrar se a doença está avançando ou não. Caso o avanço seja constatado, existem tratamentos que podem deter a progressão das lesões e, assim, melhorar a qualidade da visão.
Tratamentos
Aplicações de laser na retina são indicadas para fortalecer os vasos, controlando ou evitando a ocorrência de vazamento de líquidos e sangue na retina. Quando já houve uma hemorragia significativa dentro do olho ou descolamento da retina, o tratamento com laser é insuficiente. Nesse caso, é necessária a realização da vitrectomia, cirurgia que é a retirada da hemorragia intra-ocular e correção do descolamento da retina.
??Os riscos de desenvolver retinopatia diabética aumentam quanto maior o tempo em que o indivíduo convive com o diabetes. Hoje, estudos apontam que 80% das pessoas que tenham sofrido de diabetes por pelo menos 15 anos apresentam algum tipo de lesão nos vasos sanguíneos da retina. É importante saber que um tratamento precoce consegue atrasar o progresso da retinopatia diabética e reduzir o risco de cegueira, no entanto não o exclui completamente.
(**) Leôncio Queiroz Neto é médico oftalmologista do Hospital Albert Einstein de São Pauloe oftalmologista titular do Instituto Penido Burnier, de Campinas (SP).
??Os riscos de desenvolver retinopatia diabética aumentam quanto maior o tempo em que o indivíduo convive com o diabetes. Hoje, estudos apontam que 80% das pessoas que tenham sofrido de diabetes por pelo menos 15 anos apresentam algum tipo de lesão nos vasos sanguíneos da retina. É importante saber que um tratamento precoce consegue atrasar o progresso da retinopatia diabética e reduzir o risco de cegueira, no entanto não o exclui completamente.
(**) Leôncio Queiroz Neto é médico oftalmologista do Hospital Albert Einstein de São Pauloe oftalmologista titular do Instituto Penido Burnier, de Campinas (SP).
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