O ex-governador Paulo Souto nega, os democratas baianos fingem de inocentes, e o atual comando dos tucanos na Bahia desconhece. Mas, como diz o velho adágio popular, onde há fumaça há fogo; e onde há fogo, ninguém quer se queimar. A verdade é que o namoro entre a direção nacional do PSDB e o ex-governador baiano acontece há mais de um ano e tem o objetivo de reforçar o palanque de um candidato tucano à presidência da República em 2010 no Estado. O comando nacional tucano estaria disposto,inclusive, a estudar a possibilidade de intervir no diretório estadual para garantir o ingresso de Souto. A informação é extra-oficial. Por isso, desde anteontem que explodiu no meio político da Bahia a notícia de que o ex-governador Paulo Souto poderia pousar no ninho tucano e que as conversas vinham sendo conduzidas de forma amigável pelo comando nacional das duas legendas, PSDB e DEM. Em contato com este jornal, Souto negou qualquer conversa oficial com os tucanos, mas admitiu que, “diante do quadro insustentável sobre a posição do partido (PSDB) na Bahia, a tendência é que alguma coisa se modifique”. “Particularmente acho que o PSDB baiano tem direito de tomar a posição que quiser, mas entendo que o comportamento da sua direção pode colocar entraves nos interesses dos dois partidos nacionalmente”. Em outras palavras, Souto quis dizer que não há como o PSDB ser aliado do DEM no plano nacional e, na Bahia, ser aliado do PT. Ontem o atual prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, ligadíssimo a Paulo Souto, disse que soube que os dois partidos estão conversando nacionalmente, mas negou saber alguma negociação para a entrada de Paulo Souto no PSDB. “Eu entendo que isso não deve se repetir. Havendo entendimento dos dois partidos a nível nacional, deve haver também a nível local”, defendeu Ronaldo. Independente da filiação de Paulo Souto, José Ronaldo defendeu que as conversas devem ser aprofundadas entre a direção dos dois partidos visando um projeto comum em 2010. “Não pode acontecer mais o que aconteceu na eleição passada. Nós apoiarmos o PSDB a nível nacional, se não houver um entendimento local”, advertiu Ronaldo, referindo-se à posição do PSDB baiano em 2006, que apoiou a eleição de Jaques Wagner (PT) para governador.
(Por Evandro Matos)
Tribuna da Bahia Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário