quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Lula diz que Papa Bento XVI poderia dar 'conselhozinho' contra crise

Presidente se encontrou com Bento XVI no Vaticano nesta quinta (13).
'Pedi ao Papa que nos seus pronunciamentos ele fale da crise econômica.'



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Papa Bento XVI manifestou preocupação com a crise financeira internacional em uma audiência fechada que tiveram no Vaticano nesta quinta-feira (13).
"Ele disse que a crise é grave", relatou o presidente. "Eu pedi ao papa que nos seus pronunciamentos ele fale da crise econômica, pois, se todo o domingo o papa der um 'conselhozinho', quem sabe a gente encontra mais facilidade para resolver o problema", afirmou.
O encontro, que ocorreu na biblioteca do Vaticano, durou 24 minutos e foi acompanhado por dois tradutores. Lula afirmou ter dito ao Papa que sua preocupação é com a situação das camadas mais pobres da população.
"O empresário pode perder um pouco, mas vai continuar sendo empresário, vai continuar rico. E os setores mais avançados da sociedade vão perder um pouco, mas continuarão comendo, bebendo e jantando. A minha preocupação é que a crise resulte no empobrecimento daqueles que já são pobres", disse Lula, depois da audiência.

Bolsa Família

Lula contou que Bento XVI chegou a comentar sobre o programa Luz Para Todos, a política do governo brasileiro para a África e o "sucesso" do Bolsa Família. "O Brasil sempre trabalhou e trabalhará para ter uma boa relação com os papas", disse Lula.
O presidente presenteou o Papa com uma escultura de barro de uma família de retirantes nordestinos e ganhou uma caneta do pontífice.
"Eu disse uma vez, logo depois da visita dele ao Brasil, que a imagem que eu tinha dele era a que passava na TV: um homem sisudo e de poucos amigos. A verdade é que ele é um homem afável e fiquei surpreso por ele ser bem informado sobre o Brasil".

Acordo

Após o encontro reservado com Lula, o Papa cumprimentou a primeira-dama, Marisa Letícia, e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Nelson Jobim (Defesa) e Celso Amorim (Relações Exteriores).
Em seguida, representantes do governo brasileiro e do Vaticano assinaram acordo que ratifica normas já previstas na legislação brasileira, da atuação de religiosos no país.
Lula e sua delegação se reuniram na Sala do Tratado para a solene assinatura do acordo, que durou cerca de meia hora e à qual também assistiu o número dois do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, assim como o ministro das Relações Exteriores da Santa Sé, Dominique Mamberti.
"Não são estipulados privilégios e, sim, é reconhecida a importância da Igreja católica no Brasil", afirmou Mamberti em seu discurso, no qual manifestou a satisfaçao da Igreja pelo acordo alcançado."Acho que é um acordo histórico porque regulamenta todos os aspectos jurídicos da Igreja, que conviveu muitos anos tranqüilamento no Brasil", declarou à imprensa o cardeal Claudio Hummes, que assistiu à cerimônia.



G1 da Globo

Nenhum comentário: