quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Amorim espera parceria de Obama com a América Latina



Qui, 06 Nov, 08h38
O Brasil quer um novo status na relação com os Estados Unidos e cobra tratamento de parceiro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente eleito americano Barack Obama. A diplomacia brasileira comemorou a vitória do democrata e espera que a mudança política abra "nova era na relação com a América Latina e de parceria com o Brasil". O chanceler Celso Amorim disse que Washington precisa adotar postura "mais flexível" em relação à Venezuela e Cuba. "Não vamos negar que o governo brasileiro teve uma boa relação com o governo Bush. Mas agora a relação pode ser de afinidade e cooperação", disse

O chanceler não disfarça que espera a posse de Obama para propor aproximações em áreas sociais e de segurança. No início de seu governo, Lula chegou a propor um fundo mundial de combate à fome. Mas a idéia não foi encampada pela Casa Branca e perdeu força. "Outra área que pode haver aproximação e mudança de perspectiva é no setor de desarmamento", afirmou

O ponto de dúvida ainda fica na área da diplomacia comercial. Amorim quer concluir a Rodada Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC) ainda em 2008, antes da saída do presidente Bush. A lógica é de que a posse de Obama atrasará o processo em cerca de dois anos. "O novo governo vai querer fazer novas propostas, que acabarão gerando contrapropostas", alertou. Um dos temores é de que Obama insista em incluir temas sociais e trabalhistas nos acordos comerciais, o que dificultaria as negociações.
Amorim fez um paralelo entre a eleição de Lula e de Obama. "A relação de afinidade pode ocorrer até mesmo pelo histórico dos dois. No caso de Lula, sua eleição mostrou que a esperança venceu o medo. No caso de Obama, a esperança venceu o preconceito", disse. "A eleição de Obama representa mudança importante e positiva nos EUA. É uma demonstração de abertura." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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