quarta-feira, 21 de abril de 2010

“Nem Lula é Maluf, nem eu sou Pitta”

Segundo Dilma, o presidente será um grande conselheiro, caso seja eleita
BEATRIZ GÁLVEZ
A ex-ministra Dilma Rousseff (PT) vem colando sua imagem à do presidente Lula, mostrando que dará continuidade à atual gestão e garantiu que não há risco de afastamento, caso seja eleita no pleito deste ano. Segundo ela, Lula teria um papel importante no seu Governo na condição de conselheiro. “Nem eu nem o presidente podemos ser comparados com ninguém porque somos pessoas diferentes. Nem o presidente é o (Paulo) Maluf (ex-prefeito de São Paulo), nem eu sou o (Celso) Pitta (que sucedeu Maluf), mas acho que trabalhei com o presidente e tenho uma relação de extrema lealdade a ele. Se você me perguntar porque o presidente me escolheu, vou dizer que é porque ele confia em mim, porque eu estive do lado do presidente não só nas boas, inclusive cheguei ao Governo em uma hora difícil, em junho de 2005, quando estávamos em imensa dificuldade”, afirmou.
Para Dilma, duas pessoas que trabalharam tão juntas como eles têm dificuldade de ter uma relação menos cúmplice depois de tudo. “Acredito que o presidente tem um grande papel a cumprir, não só no final desse mandato, mas daqui para a frente, depois de dezembro. Por exemplo, o terei sempre como um grande conselheiro”, afirmou, durante entrevista à Rádio Jornal.
Mesmo confirmando que Lula será ouvido nos momentos difíceis, provocada, Dilma deixou claro que suas decisões como presidente não dependeriam do parecer do seu antecessor. “Passei os últimos anos da minha vida tomando decisões dificílimas em cima de um papel e outro. Quando a gente trabalha com o presidente, tem de decidir e eu decidi várias vezes, só não digo que foram todas porque tem decisões que são do presidente e têm que ser respeitadas como tal”, pontuou.
Contrastando com a tradicional postura de seu partido, nascido nas bases sindicais e movimentos sociais, Dilma disse não ser cabível vestir a camisa do MST já que Governo e movimentos sociais são entidades distintas. “O movimento vai reivindicar o que quiser e o governo vai tentar chegar até onde pode, ele não pode ir além disso. Mas não concordo que alguém do governo assuma a bandeira do MST, porque ele não é do MST”, disse.
Para a ex-ministra, o formato comumente adotado pelo grupo é errado, já que afeta pessoas de fora da problemática. “É óbvio que governo é governo e movimento social é movimento social. A gente não tem que dar palpite na forma como eles resolvem, agora o que eu acho que não está certo é tumultuar a vida das pessoas que não são as responsáveis pelas políticas: paralisar a cidade, impedir o livre trânsito, tudo isso é incorreto e ilegal”, criticou.
Dilma disse acreditar com convicção ser a melhor opção para gerir o País, e que, mesmo não tendo exercido nenhum mandato, está muito bem preparada. “Você acredita que haja melhor escola e preparação que ter sido a coordenadora de todos os programas do governo Lula nos últimos cinco anos? Me considero extremamente preparada porque conheci o Brasil de ponta a ponta, conheci governando o País, sei os problemas dessas regiões e como resolvê-los”, garantiu.
Fonte:Folha de Pernambuco

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