domingo, 25 de abril de 2010

Ciro poderá deixar o país terça-feira para não cair atirando


A asfixia política exercida contra Ciro Gomes (PSB-CE) pelo governo Lula e pelo próprio partido não se encerra no sepultamento de sua candidatura à Presidência, prevista para ser oficializada na terça-feira. Para evitar que o deputado direcione sua revolta à campanha de Dilma Rousseff (PT) e às alianças da base governista nos Estados, ele está sendo convencido a se submeter a um autoexílio no Exterior.– Se ele ficar no país, vai cair atirando. Por isso, foi orientado a viajar e depois se dedicar à campanha de Cid Gomes (irmão do deputado) à reeleição no Ceará – já dizia um integrante da cúpula do PSB antes de o deputado lançar ataques na sexta-feira.Ciro está enfurecido. Deixou isso claro ao afirmar na madrugada de sexta-feira que o presidente Lula está “navegando na maionese” e “se sentindo o Todo-Poderoso”, mas “ele não é Deus”. Para arrematar, o deputado diz que acredita na vitória de José Serra (PSDB).Para o governo, Ciro tropeçou em suas próprias pernas. Assessores de Lula dizem que o presidente sempre foi claro com o deputado ao afirmar que desejava uma disputa polarizada entre Dilma e Serra. Em contrapartida, alegam governistas, Ciro jamais teria sido explícito com o presidente sobre suas reais intenções.Em fevereiro, o PSB de Minas Gerais tentou organizar um evento para lançar a candidatura presidencial do partido. Ciro, contudo, pediu calma e cancelou a agenda no Estado. Outro fator que irritou o governo foi a incoerência do discurso. Para tentar se viabilizar como candidato, Ciro atacou principalmente o PSDB e o PMDB. No Ceará, porém, ele apoia a candidatura ao Senado do tucano Tasso Jereissati e do peemedebista Eunício Oliveira.Sem o socialista, a eleição pode ser decidida no primeiro turno. Na mais recente pesquisa do Datafolha, a simulação sem Ciro apontou Serra com 42%, mesmo índice dos demais candidatos somados.– A saída do Ciro torna a eleição muito mais polarizada e pode antecipar o segundo turno. Nossa próxima pesquisa deve mostrar o reflexo desse fato novo na eleição – diz o diretor do Datafolha, Mauro Paulino.(Informações do Zero Hora)


Escrito por Magno Martins

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