sábado, 8 de agosto de 2009

Maciel: crise atrapalha os trabalhos do Senado


O senador Marco Maciel (DEM) afirmou, ontem, que a crise instaurada há pouco mais de quatro meses no Senado está atrapalhando o andamento dos trabalhos na Casa. Os recentes bate-bocas entre alguns parlamentares e os sucessíveis escândalos envolvendo a presidência da instituição acabam, segundo o democrata, contribuindo para que questões como a minirreforma eleitoral - já aprovada na Câmara dos Deputados - não recebam a devida atenção em plenário. “Com a crise, houve uma redução das matérias legislativas. Fica difícil deliberar num clima de muita tensão”, reclamou Maciel, atribuindo o atual estágio do parlamento brasileiro a não-realização de uma reforma política.
“O que vemos hoje é o resultado de não termos feito esta reforma. Ainda não fizemos uma verdadeira reforma política e das instituições porque isso mexe com a governabilidade. É preciso uma mudança do sistema eleitoral”, argumentou Marco Maciel, defendendo o voto em lista como uma das medidas capazes de mudar o quadro político do País. “As pessoas não votam no projeto... Costumo dizer que no Brasil é o voto fulanizado”, condenou o senador.
Sobre as manifestações que eclodiram na internet e defesas públicas - entre elas a do prefeito do Recife, João da Costa (PT) - solicitando o fim do Senado em face a atual crise, o democrata retrucou: “O Senado é a casa da Federação com muitas atribuições privativas, como declarações de inconstitucionalidade das leis... Uma pesquisa mundial revelou que o Senado brasileiro é o quarto colocado no número de atribuições”.



SARNEY
Ao ser questionado se é favorável ao afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), Marco Maciel preferiu deixar o assunto a cargo do Conselho de Ética da Casa - que ontem rejeitou as outras sete representações contra o peemedebista. Entretanto, sobre a mudança de posicionamento do seu partido - que anteriormente apoiou Sarney para dirigir o Congresso - o democrata alegou que acontecimentos da crise levaram a sigla a abandonar o ex-aliado. “O nosso partido votou em Sarney, mas não foi só o Democratas. Os desdobramentos da crise fizeram mudar a posição”, explicou.

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