sábado, 15 de agosto de 2009

Aécio diz que tira aliados de Lula


Ao contário do governador José Serra (SP) - com quem disputa a indicação do PSDB para se candidatar à Presidência da República - o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, não recorreu a qualquer melindre, em sua passagem por Recife e Jaboatão, ontem, para evitar que a visita fosse configurada como eleitoreira. Livre da carapuça defensiva vestida pelo concorrente, Aécio Neves não só afirmou que veio como pré-candidato, como não se intimidou em exaltar seu diferencial em relação ao ex-ministro. “Era preciso sair dessa polarização e buscar candidatura harmoniosa. Tenho convicção que poderia atrair partidos que estão sob o guarda-chuva do presidente Lula, que não necessariamente o PT”.
Com oposição mínima a seu governo em Minas, tendo alianças diversas com siglas como o PSB, o PV e até com o ex- prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), Aécio destacou-se em relação a Serra: “Não tenho como fazer essa comparação, mas temos perfis diferenciados. Vários partidos participam do meu governo em Minas, temos essa convergência. Poderia representar um novo caminho e a pacificação para o País”.
Sobre o fator idade - sendo mais jovem que Serra -, ele descartou que isso justificasse a sua “espera” para se lançar apenas numa próxima oportunidade. “Fila tem em ponto de ônibus e ainda assim sempre é muito desagradável”, ironizou.
O Governo Lula não foi poupado na fala do mineiro. “Embora reconheça avanço de Lula, houve a combinação peversa do aparelhamento da máquina pública. O Governo Federal virou as costas para o serviço público. Nos seis anos da gestão de Lula, a economia cresceu 28%, enquanto o custeio da máquina elevou-se em quase 80%”, disparou. “Temos um País a serviço de um político. Precisamos inverter essa lógica. É possível, num projeto claro, reunir maioria para governar sem essa parcela do PMDB”, acrescentou.
O PSDB, segundo Aécio, apresenta-se com uma visão moderna de Estado, que ‘não é um instrumento para acomodar companheiros, mas de prestação de serviço às pessoas”. E a primeira medida de sua autoria, caso fosse eleito presidente, seria a “qualificação da vida pública”. “Aplicaríamos meta de desempenho para os ministros. Em Minas, os servidores, hoje, recebem em função de atingir a meta e não por tempo de serviço. Aécio defende, logo no início de um futuro governo, Reformas Política e Tributária.
Aécio Neves iniciou sua agenda, ontem, concedendo entrevista, almoçou com lideranças aliadas, falou aos correligionários num evento da legenda em Jaboatão dos Guararapes, seguiu para encontro com o governador Eduardo Campos (PSB) no Palácio das Princesas e prestigiou a posse da vereadora Aline Mariano como presidente municipal do PSDB.



Folha de Pernambuco

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