Depois de três ameaças e o anúncio oficial da “renúncia irrevogável”, revogada da tribuna da Casa, o senador Aloizio Mercadante (SP) anunciou ontem que continuará na liderança da bancada do partido. Ele atribui erros ao Governo, ao partido e a si próprio e concluiu: “Eu não tenho como dizer não ao presidente.” Mercadante subiu à tribuna e fez da sexta-feira de plenário vazio o dia do “fico”. Apesar e ter prometido um discurso para as 9 h, só chegou ao plenário às 11 h, depois de conseguir do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a carta de apoio prometida na noite anterior, em reunião de cinco horas no Palácio da Alvorada. “Tivemos uma conversa franca, dura, sincera e profunda”, disse o líder em um discurso que havia sido preparado de véspera para a renúncia, mas que foi atualizado e adaptado para o novo cenário.
A carta foi a saída honrosa para o recuo na “renúncia irrevogável”, mas Mercadante teve de concordar, de público, com a principal tese do comando do PT para salvar José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética: que a crise era comandada pela oposição para tirar proveito eleitoral contra Lula e o PT. Até mesmo a crítica indireta a Sarney ganhou esse contorno político: “Temos de fazer uma discussão de fundo sobre os caminhos deste País, de combate ao patrimonialismo, ao nepotismo”, mas, acrescentou usando o argumento do Planalto e do presidente do PT, o deputado Ricardo Berzoini (SP); “isso não pode se perder na governabilidade”.
Na carta, Lula disse que Mercadante é “imprescindível para a liderança”, lembrou os “30 anos” de lutas conjuntas “que interessam ao povo brasileiro e (estão) mudando a história do País”. Um dos motivos que levaram Lula a superar as divergências com Mercadante e a aceitar a revogação da “renúncia irrevogável” foi o pragmatismo político. Era preciso reequilibrar a força do PT frente a um PMDB agigantado pela vitória contra a oposição no Conselho de Ética, com três votos envergonhados de petistas em favor do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Em conversas reservadas ontem com companheiros, o próprio Mercadante admitiu que foi “cacifado” pelo presidente Lula para reequilibrar o jogo de forças no Senado, no governo e na aliança Não fosse isto, confidenciou, “o PT acabaria virando uma azeitona na empada do PMDB”. Com o reforço presidencial, Mercadante é que se encarregará de polarizar com o PMDB. “Subestimaram minha relação com Lula”, reclamou Mercadante a amigos, queixoso da aposta geral de que seria “rifado” pelo Planalto.
A carta foi a saída honrosa para o recuo na “renúncia irrevogável”, mas Mercadante teve de concordar, de público, com a principal tese do comando do PT para salvar José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética: que a crise era comandada pela oposição para tirar proveito eleitoral contra Lula e o PT. Até mesmo a crítica indireta a Sarney ganhou esse contorno político: “Temos de fazer uma discussão de fundo sobre os caminhos deste País, de combate ao patrimonialismo, ao nepotismo”, mas, acrescentou usando o argumento do Planalto e do presidente do PT, o deputado Ricardo Berzoini (SP); “isso não pode se perder na governabilidade”.
Na carta, Lula disse que Mercadante é “imprescindível para a liderança”, lembrou os “30 anos” de lutas conjuntas “que interessam ao povo brasileiro e (estão) mudando a história do País”. Um dos motivos que levaram Lula a superar as divergências com Mercadante e a aceitar a revogação da “renúncia irrevogável” foi o pragmatismo político. Era preciso reequilibrar a força do PT frente a um PMDB agigantado pela vitória contra a oposição no Conselho de Ética, com três votos envergonhados de petistas em favor do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Em conversas reservadas ontem com companheiros, o próprio Mercadante admitiu que foi “cacifado” pelo presidente Lula para reequilibrar o jogo de forças no Senado, no governo e na aliança Não fosse isto, confidenciou, “o PT acabaria virando uma azeitona na empada do PMDB”. Com o reforço presidencial, Mercadante é que se encarregará de polarizar com o PMDB. “Subestimaram minha relação com Lula”, reclamou Mercadante a amigos, queixoso da aposta geral de que seria “rifado” pelo Planalto.
Folha de Pernambuco
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