segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Até governistas recepcionaram Serra


Depois de tentar evitar a presença de aliados partidários na sua visita ao município de Exu, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), tomou outra decisão de última hora, sábado, para não ser acusado de uso da máquina pública em favor da sua pré-candidatura presidencial. Ao invés de utilizar o avião do Governo, o tucano viajou até Juazeiro do Norte (CE) num jatinho fretado por seu partido. De lá foi que se dirigiu à cidade pernambucana, onde prestigiou o evento que marcou os 20 anos da morte de Luiz Gonzaga. O curioso foi que, além dos políticos aliados, prefeitos da base governista também esperavam o desembarque de Serra. Sem falar no tio do governador Eduardo Campos (PSB), professor Pierre, que estava no aeroporto de Juazeiro.
Na lista dos aliados do Palácio estavam João Angelim (Moreilândia/PTB), Neguinho de Zé Arlindo (Cedro/PSB) e Léo Saraiva (Exu/PR). Este último, só não seguiu junto com a comitiva, até seu município, porque tem rixa com administrador do Parque Asa Branca, Beba Parente. E embora nomes de peso como dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Marco Maciel (DEM) tenham desistido de ir ao Sertão, estiveram lá os deputados Antônio Moraes (PSDB), Emanuel Bringel (PSDB) e Augusto Coutinho (DEM). Presidente nacional da sigla tucana, senador Sérgio Guerra, tinha o deputado federal Raul Henry (PMDB) em sua companhia. Já o estadual Pedro Eurico (PSDB), que tinha intenção de comparecer ao evento, desmarcou a viagem alegando problema de saúde.
A primeira parada da comitiva foi na Vila do Araripe, onde está localizada a Fazenda Caiçara em que Gonzaga nasceu. Serra visitou a Casa Grande que pertencia aos Alencar, padrinhos de Gonzaga. Hoje, no local, funciona o museu Bárbara Alencar. Na ocasião, foi surpreendido pelo motorista Raimundo Basílio, que o saudou como presidente, o que ele não negou. Após atender ao pedido de foto do motorista, ofereceu-se para posar também com a esposa do mesmo. Posteriormente, foi classificado como “muito simpático” por Raimundo.
Serra não só fez questão de escutar todas as solicitações que lhes foram feitas por populares durante o roteiro, percorrido no Parque Asa Branca, como, ao subir ao palco, para receber a homenagem de Beba Parente, voltou a bater na tecla de que teria larga intimidade com a cultura nordestina.
Ao descrever os aspectos que mais lhe marcaram no museu do “Rei do baião”, disparou: “A acolhida, o museu...tudo isso faz parte da minha infância e adolescência (na Mooca - bairro de imigrantes nordestinos em São Paulo). Vocês têm aqui um aliado para fortalecer uma homenagem permanente a Luiz Gonzaga, porque ele representa o que a cultura popular tem de melhor (...) Suas músicas cantaram todo um País. Se só houvesse ele de músico popular no Brasil já bastava”. Pouco depois perguntou ao público: “Quem aqui tem um parente em São Paulo ou morou lá?”. Foi correspondido com grande quantidade de mãos levantadas e emendou: “Não pode haver unidade maior que entre essas cidades e essas pessoas. São Paulo e Pernambuco se entrelaçam”.


Folha de Pernambuco

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