quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Jarbas diz que o PMDB só quer bajular Lula


Depois de lamentar, por várias vezes, que o presidente Lula (PT) venha “passando a mão na cabeça” do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) assinalou, ontem, mais um suposto conchavo entre a sua legenda e o petista. Na opinião dele, a nota divulgada pela direção nacional do PMDB - orientando os dissidentes a deixarem a sigla - não passa de “um ato bajulatório da direção do partido a Lula para azeitar ainda mais essa relação de toma-lá-dá-cá que tem marcado a relação polítca-administrativa entre Lula e os partidos da base”. A afirmação foi feita em entrevista à Rádio CBN.
No entendimento de Jarbas, os alvos do comunicado seriam ele e o senador Pedro Simon, que foi duramente atacado por Fernando Collor (PRTB/AL), na última segunda-feira, depois de endurecer o discurso pela renúncia de Sarney.
Ainda sobre o primeiro dia da volta dos trabalhos, Jarbas reconheceu que faltaram vozes oposicionistas para engrossar a trincheira contra a tropa de choque governista. A oposição, julgou ele, peca por falta de organização. “Era para ter se reunido antes, durante esse final de semana. Aqui somos poucos, e poucos desorganizados”, reclamou o senador. “É verdade que a segunda-feira é sempre acanhada, mas não se justifica. O momento é de grande anormalidade”, complementou.
O ex-governador ainda frisou que a necessidade, agora, “é a renúncia pura e simples” de Sarney e não mais o afastamento apenas. E mostrou-se descrente em relação à contribuição do Conselho de Ética. “O Conselho não tem representatividade. É composto por pessoas da tropa de choque do PMDB, que é majoritário, com 20 senadores. Como eu posso acreditar que possa resolver isso. O presidente é suplente do suplente do Rio de Janeiro. O que a gente pode esperar? Absolutamente nada”, enfatizou Jarbas.

TUCANO Também da ala da oposição, o senador Sérgio Guerra (PSDB), em entrevista à Rádio Folha FM 96,7 , e afirmou que o Senado já não tem mais comando. “O Senado está funcionando sem presidente. O Sarney pode até estar sentado lá, mas não preside mais nada. Se presidisse, não tinha sido como (ante)ontem, aquela confusão que vocês viram e que eu vi também”, argumentou.
Para Guerra, Sarney continua na Casa Alta por causa das constantes e insistentes manobras do Governo Lula. O senador cogitou ainda a possibilidade de o senador, Marco Maciel, ser o interlocutor de um grupo de parlamentares para convencer o peemedebista a liberar a cadeira da presidência. “Ele quer sair e está procurando uma saída honrosa, o resto é conversa”, concluiu.


Folha de Pernambuco

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