domingo, 9 de maio de 2010

Previsão de disputa histórica no Estado

Mesmo que seja cedo para uma análise de cenário eleitoral, uma vez que o tempo é ainda de pré-campanha e de definições internas, a leitura dos cientistas políticos pernambucanos é de que o governador Eduardo Campos (PSB) é franco favorito para vencer o pleito de outubro. Entretanto, os estudiosos concordam que o adversário, senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), possui densidade eleitoral importante e que o jogo não será decidido tão facilmente como pensam alguns.
Professor e pesquisador do Núcleo de Estudos Eleitorais e Partidários da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Hely Ferreira só tem uma certeza: a disputa de 2010 ficará marcada na história política do Estado. “Será, sem sombra de dúvida, a eleição mais concorrida dos últimos 40 anos. Com dois candidatos de forte penetração no eleitorado pernambucano”, avaliou. Ferreira argumenta que os arsenais de ambos os lados são poderosos.
Destacou que tanto Jarbas quanto Eduardo Campos têm aprovação do eleitorado, mas lembrou que não existem vitoriosos ou vencedores antecipados. “O favoritismo é importante porque comprova a boa avaliação do Governo. Basta lembrar que Jarbas saiu muitíssimo bem avaliado de suas duas gestões e elegeu-se para o Senado com uma votação representativa”, explicou.
O professor ainda ressaltou que um dos principais desafios dos oposicionistas agora é correr contra o tempo. Acredita que o trabalho minucioso que Jarbas prometeu realizar com os prefeitos Estado adentro tem uma importância singular. “Ele vai precisar recuperar os espaços perdidos e até resgatar prefeitos que já aderiram. Uma migração que podemos até considerar natural, porque os prefeitos acreditam que, para conseguir as benesses para seus municípios, precisam estar atrelados ao poder”, colocou.
Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Túlio Velho Barreto se disse surpreso com a decisão do senador de concorrer ao Governo. “Acreditava que ele, devido à sua história política, não tentaria mais cargos executivos e ficaria atuando nos bastidores”, admitiu. Há aliados, contudo, que garantem que essa era a vontade do ex-governador.
Barreto destacou o favoritismo situacionista e foi taxativo: “Só um terremoto pode tirar essa eleição das mãos de Eduardo Campos”. Entretanto, ele mesmo recorre a um antigo clichê para justificar a possibilidade de uma inversão de cenários: “A política não é uma ciência exata por isso, tudo pode acontecer!”. (Folha de Pernambuco)

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