quinta-feira, 13 de maio de 2010

Dilma garante que não é “brava”


Para suavizar a imagem de mulher dura que fala em jargão técnico, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem que seu estilo pessoal é semelhante ao de uma mãezona que faz cobranças porque quer o bem dos filhos. Em viagem ao Rio Grande do Sul, a petista procurou usar, em suas entrevistas e discursos, imagens que remetiam à maternidade ou à sua condição de mulher. Em 2008, o presidente Lula chamou Dilma de “mãe do PAC’’ pela primeira vez. “Eu não sou brava, não, sou que nem mãe’’, disse Dilma. “A mãe manda escovar os dentes e fazer o dever de casa. No governo, fui uma espécie de mãe, cobrei prazos, mas dei suporte e apoiei também’’, disse.
A busca de sintonia com o eleitorado feminino é resultado do mau desempenho em relação a esse setor apresentado por Dilma nas pesquisas eleitorais, em especial no Rio Grande do Sul, seu berço político. Segundo pesquisa Datafolha feita no final de março, José Serra (PSDB) bate Dilma por 48% a 27% no Estado. A vantagem do tucano atinge 29 pontos percentuais entre as mulheres gaúchas: metade delas diz preferir Serra, contra 21% que declaram intenção de voto na ex-ministra. No plano nacional, a vantagem do tucano sobre a petista no segmento feminino é de 15 pontos, segundo o Datafolha.
A petista esteve pela segunda vez no Rio Grande do Sul em menos de um mês e uma semana depois de seu principal oponente ter visitado o
Dilma usou o discurso de “mãe” com mais ênfase no “Balanço Geral”, programa popular exibido pela TV Record gaúcha - cujo apresentador, Alexandre Motta, costuma vociferar contra criminosos e até atirar sapatos nas câmeras. “Eu sou firme, mas eu cuido, eu protejo, eu apoio. A mãe cobra porque ela quer o bem, quer que a lição seja feita’’, disse.
Tanto ontem quanto terça-feira, quando esteve em Porto Alegre e também na cidade de Rio Grande, Dilma repetiu várias vezes nas entrevistas e discursos uma mesma frase: “O presidente achou que o Brasil está preparado para uma mulher e ele encontrou uma mulher que ele julgou preparada para governar o Brasil”.

PORTO ALEGRE (Folhapress)

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