Caetano e Roberto provam no Ibirapuera que encontro deu certo Quando as cortinas do palco gigantesco do Auditório Ibirapuera – são 24 metros de cena – se abrem na capital paulista, e Caetano Veloso, de terno marrom e camisa lilás, e Roberto Carlos, claro, de azul, começam a cantar juntos "Garota de Ipanema", assim meio sem jeito, a platéia parece que prende a respiração: será que esse encontro vai dar certo? Adília Belotti
Vai sim, e já nos primeiros versos de "Wave", a platéia respira... Mas quem é o homem ao piano, com um chapéu panamá brilhando no escuro? Poderia ser ele? O Tom? O timbre chega a confundir, “É pau, é pedra”, o mesmo fundinho de voz rouca. É Daniel Jobim, numa homenagem ao avô, que canta sozinho “Águas de Março”. No fundo, a tela imensa vira água, vira mar, vira Rio de Janeiro. Caetano sozinho no palco escolheu algumas músicas menos conhecidas do maestro, como “Caminho de Pedra”. E enfrenta com o maior charme os graves de “Inútil Paisagem”. Sai Caetano, fecham as cortinas que viram outra tela onde as imagens de Tom parecem dançar. Abre o pano e Roberto inicia seu set com “Insensatez”, mas em castelhano, o que parece bolero demais. Ainda bem que passa rápido e a platéia suspira aliviada quando ele escolhe “Por Causa de Você”, de Tom Jobim e Dolores Duran, para continuar. “Sabiam que o Tom mostrou a música para Dolores no camarim, e ela fez a letra com lápis de sobrancelha? Adoro essa história!”, diz o Rei.
Roberto e Caetano se beijam após bis emocionante / Luciano TrevisanE o Rei arranca longos aplausos quando canta “Samba do avião”. Pausa. Na tela, Tom, de novo, cantando “Lígia,” e é um Roberto Carlos menino que faz dueto com ele. Na voz de Roberto, a música é emocionante! Quando começam os acordes de “Eu sei que vou te amar”, ele parece mais jovem. Ou seria já eu voltando no tempo?
Os dois, Caetano e Roberto, se reúnem para saudar a “Tereza da praia”, que não é de ninguém, mas faz ambos rirem e a platéia, cúmplice, também sorri. “Tristeza” provoca outro comentário espontâneo do Rei: “mas tem que ter fim, não é?” e é Caetano que ri desta vez: “Ele canta muito isso”, diz.
O show termina, parece que de repente, mas deve ser porque a gente queria mais. E o bis vem, duas vezes. “Se todos fossem iguais a você”, que Roberto oferece a Tom Jobim, e “Chega de saudade”, que faz a platéia cantar também.
Roberto e Caetano se beijam após bis emocionante / Luciano TrevisanE o Rei arranca longos aplausos quando canta “Samba do avião”. Pausa. Na tela, Tom, de novo, cantando “Lígia,” e é um Roberto Carlos menino que faz dueto com ele. Na voz de Roberto, a música é emocionante! Quando começam os acordes de “Eu sei que vou te amar”, ele parece mais jovem. Ou seria já eu voltando no tempo?
Os dois, Caetano e Roberto, se reúnem para saudar a “Tereza da praia”, que não é de ninguém, mas faz ambos rirem e a platéia, cúmplice, também sorri. “Tristeza” provoca outro comentário espontâneo do Rei: “mas tem que ter fim, não é?” e é Caetano que ri desta vez: “Ele canta muito isso”, diz.
O show termina, parece que de repente, mas deve ser porque a gente queria mais. E o bis vem, duas vezes. “Se todos fossem iguais a você”, que Roberto oferece a Tom Jobim, e “Chega de saudade”, que faz a platéia cantar também.
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