RENATA BEZERRA DE MELO
Até ontem, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) seguiu à risca o ritmo que era da vontade do presidenciável José Serra (PSDB) quando o assunto era eleição: nada de discutir antecipadamente. A partir de hoje, o compasso deve ser outro. Conforme ele mesmo programou, um dia depois do lançamento oficial da candidatura do tucano (nesse sábado), ele estaria pronto para entrar no circuito das costuras para uma eventual candidatura sua ao Governo do Estado. A decisão final, como agendou, só no dia 30. Até lá, garimpará pessoalmente apoio para aferir se vale a pena o desafio de tentar retornar ao Campo das Princesas em prol do projeto nacional. A contagem regressiva começa agora. Seus aliados estão de acordo e dão todo apoio ao cronograma pré-estabelecido por acreditar que, a essa altura do campeonato, a resposta de Jarbas, no fim da linha, seja um sim.
Se assim for, “o próximo passo seria consolidar a reeleição dos senadores (Sérgio Guerra e Marco Maciel) e buscar um vice que ajude a agregar na chapa”, analisa o deputado federal Bruno Araújo (PSDB). Entre as variáveis que contariam nessa escolha, estariam o contraponto. Poderia ser explorado, na visão do tucano, o perfil de alguém mais jovem com penetração no interior do Estado ou outras alternativas como uma referência política importante.
“Já se cogitou, por exemplo, o ex-governador Roberto Magalhães (DEM). Pessoalmente, acho que seria uma grande contribuição do ex-governador por toda história que representa, alguém que já manifestou que não quer mais participar de eleições proporcionais. E, ao mesmo tempo, tem inconteste vocação para o exercício do Executivo. Alguém da qual Pernambuco não pode prescindir vida pública”, enaltece Bruno.
Quanto ao prazo de resposta estipulado por Jarbas, Bruno sempre apostou nele. “Não havia como desencadear algo mais objetivo antes do lançamento oficial de José Serra. Haviam dois momentos fundamentais. Um era a saída de Serra do Governo de São Paulo. O outro, o lançamento de sua candidatura (ontem). A partir de amanhã, Serra estará 24 horas cuidando do fechamento dos palanques regionais. A contagem regressiva é a partir de segunda-feira”, acrescenta o parlamentar, frisando que o destino de Jarbas passará, necessariamente, pelo tripé Jarbas Vasconcelos, Sérgio Guerra e José Serra.
Para a oposição em Pernambuco, adiar o máximo possível a entrada na campanha eleitoral é mais interessante. Diferente da situação, que detém a máquina nos três níveis, os oposicionistas encontram-se em situação menos favorável. A escassez de nomes aliancistas dispostos a enfrentar o governador Eduardo Campos (PSB) nas urnas, em outubro, é um sinal.
O cenário já foi o inverso. Em 1998, sobravam interessados em ocupar a vice de Jarbas, que saiu vitorioso naquele pleito, depois de derrotar o então governador Miguel Arraes, avô de Eduardo. Na época, Mendonça Filho foi o escolhido para bater na administração vigente, tendo como alvo prioritário o escândalo dos precatórios, para se cacifar. Hoje, 12 anos depois, inverteram-se os papéis. (Folha de Pernambuco)
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