sexta-feira, 16 de abril de 2010

CEDES: Chesf ganha mais apoio. Eduardo não quer politização


JAMILLE COELHO
O projeto de reestruturação do Sistema Eletrobrás que tira a autonomia de suas subsidiárias está suspenso até que o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, dê novas instruções de como conduzir o processo, segundo informou o diretor do Instituto Ilumina e engenheiro da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Paulo Aguiar. Na última quarta-feira, durante a reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes), Zimmermann reconheceu que existem problemas de comunicação no que se refere ao processo de transformação da holding e que as sugestões feitas na ocasião seriam levadas ao presidente Lula para uma possível reavaliação do projeto.
A prova maior de que a reunião do Cedes começou a surtir efeito foi o cancelamento da participação do presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz, na audiência pública da Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa de Pernambuco, que seria realizada hoje, a pedido da presidente da comissão, deputada Terezinha Nunes. “A data foi marcada pelo próprio Muniz, de acordo com sua disponibilidade. E ontem, em cima da hora, ele decidiu não aparecer para esclarecer as mudanças que podem afetar a Chesf. O presidente alegou que o ministro pediu que ele aguardasse novas orientações, antes de se pronunciar sobre as matérias. Mas isso não justifica”, reclamou Terezinha.
Para Aguiar, a reunião do Cedes teve desdobramentos favoráveis. “O projeto será avaliado por técnicos da Eletrobrás e Chesf e, também, pelo Governo Federal. A partir daí, cabe à Chesf demonstrar interesse em nossos pleitos. Nesse contexto, também serão analisadas as concessões das usinas de transmissão e geração”, disse. O presidente da estatal nordestina, Dilton da Conti, disse, por telefone, que não comentaria os resultados do Cedes e que as informações necessárias foram ditas pelo ministro e pelo governador Eduardo Campos.
“A decisão sobre as concessões que vencem em 2015 deve ser tomada agora. Queremos para sempre as concessões, para que a Chesf possa operar. É necessário que a companhia invista em outras modalidades de energia, como eólica, nuclear e solar porque o potencial de hidrelétricas na região está esgotado e precisamos de outras fontes de energia, já que o consumo está aumentando. A única barragem que a região ainda suporta é a Hidrelétrica Riacho Seco, que será construída em Santa Maria da Boa Vista”, reforçou o governador.
Para o advogado José Paulo Cavalcanti, a reunião serviu para o ministro ouvir a indignação dos nordestinos. “Esse tipo de medida não deve ser tomada em ano eleitoral. Agora, esperamos que se resolva a questão das concessões e se garanta autonomia para as decisões da Chesf”. (folha de Pernambuco)
Foto:Google

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